“Profissão Repórter” alerta para os riscos do uso do cigarro eletrônico
Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária abriu uma consulta pública sobre a liberação do uso de cigarros eletrônicos no Brasil. Febre entre os jovens, o consumo dos dispositivos, popularmente conhecidos como vape ou pod, quadriplicou no país nos últimos quatro anos. Apesar de a venda ser proibida no território nacional pela Anvisa desde 2009, o comércio nas portas das baladas é livre. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, realizada com 10 mil brasileiros, quase 20% dos jovens entre 18 e 24 anos já experimentaram cigarros eletrônicos. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 19, vai mostrar quais são os riscos que eles oferecem.
O repórter Caco Barcellos conheceu no interior de Pernambuco a família de Crisleide Tavares. Aos 34 anos idade, ela morreu de EVALI, uma lesão pulmonar grave causada pelo cigarro eletrônico. A cardiologista Jaqueline Scholz, que trabalha há 30 anos com tratamentos contra o tabagismo no Instituto do Coração (InCor), alerta para os problemas à saúde: o acúmulo de nicotina e de outras substâncias desconhecidas e presentes no cigarro eletrônico podem causar infarto, AVC e doenças nos pulmões.
Já a repórter Danielle Zampollo circulou por bares e baladas da noite paulistana para registrar o alto consumo na cidade. Ela também foi até uma casa em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde moram 12 influenciadores digitais. A maioria usa cigarro eletrônico com nicotina. “Comecei a fumar porque experimentei e gostei dos sabores. Depois disso não consegui mais parar”, conta Kevin Dener, que faz uso do dispositivo há 4 anos. “Mesmo sendo proibida, a venda está muito fácil. Tinha que ter alguma coisa que brecasse isso porque os jovens estão consumindo demais. Eu não aceito, mas ele fuma mesmo assim”, desabafa Adriana da Silva Rodrigues, mãe de Kevin.
A Rua 25 de março, no Centro da capital paulista, é o principal ponto de venda no país. “Muita gente compra aqui para vender onde mora, no interior, em outras cidades. Têm pessoas que pegam cinco, seis mil (vapes) de uma vez só”, diz uma vendedora que não quis se identificar. Quem for flagrado vendendo cigarro eletrônico pode ter o comércio fechado e ser multado entre R$ 2 mil e R$ 1 milhão. Os fornecedores respondem pelo crime de contrabando, que prevê pena de dois a cinco anos de prisão.
O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar nesta terça-feira, dia 19, logo após de ‘The Voice Brasil’