Minissérie “Anos Dourados” estreia no Globoplay
Os anos 50 embalam a minissérie ‘Anos Dourados’, que chega ao catálogo do Globoplay nesta segunda-feira, dia 09, como parte do projeto de resgate dos clássicos da dramaturgia. A obra, escrita por Gilberto Braga e com direção-geral de Roberto Talma, acompanha o amor dos jovens Lurdinha (Malu Mader) e Marcos (Felipe Camargo), que precisam enfrentar a reprovação dos pais dela para ficarem juntos.
Lurdinha e Marcos estudam em duas instituições de ensino tradicionais da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mas os pais de Lurdinha, dr. Carneiro (Cláudio Corrêa e Castro) e Celeste (Yara Amaral), rejeitam o rapaz por ele ser filho de pais separados e tentam, de todas as maneiras, afastá-lo da jovem. A mãe de Marcos, Glória (Betty Faria), ainda enfrenta preconceito por, além de ser desquitada, trabalhar como caixa em uma boate.
Sem diálogo com a família, Lurdinha não consegue defender o amor que sente por Marcos, mas, mesmo assim, não deixa de encontrá-lo às escondidas. Marcos, sem saber que a jovem omite dos pais o namoro, insiste em conhecê-los. Ela sempre inventa uma desculpa até que, um dia, Marcos aparece sem avisar na casa de Lurdinha e pergunta a Celeste e Carneiro se eles veem com simpatia a relação dos dois.
ENTREVISTA COM FELIPE CAMARGO
- Como você pode definir o Marcos?
O Marcos é um adolescente muito sensível, tem um caráter muito firme, um coração muito bacana. Ele adora os animais e quer ser veterinário. É romântico e sempre sonhou em conhecer uma menina. Ele se apaixona pela Lurdinha e a família da Lurdinha não aprova o namoro deles por ele ser filho de pais separados. A história do Marcos é essa luta pelo amor da vida dele. - Quais são as suas principais lembranças da época de ‘Anos Dourados’?
Era tudo muito novo para mim, porque era meu primeiro trabalho na TV e eu fui selecionado para fazer o protagonista. Era um desafio muito grande, mas eu fui muito bem acolhido por Gilberto Braga, Roberto Talma, Malu Mader, Isabela Garcia, Taumaturgo Ferreira, Betty Faria… Eu tenho lembranças muito legais de um clima de gravação leve e descontraído. Foi uma época muito feliz e bacana de descobertas para mim. Aprendi muito com esse trabalho e com o Marcos. - Quais são as principais similaridades e diferenças que você tem com o Marcos?
Como o Marcos, eu também era filho de pais separados. Quando eles se separaram, eu tinha 8 anos, isso foi no final dos anos 60. Na época do Marcos era do início dos anos 50, então o preconceito devia ser muito maior. Eu também posso me considerar romântico. Me lembro com muito carinho da minha primeira namorada no colégio. O Marcos tem essa firmeza de caráter, que era muito bonita de ver num personagem, e eu acho que tenho e que ele me ajudou a ressaltar. Tem esse amor dele pelos bichos, a relação bonita que ele tem com a mulher que ele se apaixonou, a Lurdinha. Enfim, procurei levar isso para a minha vida. De diferença, eu era mais rebelde do que o Marcos, mais “levado”. Eu acho que o Marcos era um cara mais comportado (Risos). - Essa obra é um de seus trabalhos mais marcantes na carreira na TV? De que forma Anos Dourados impactou sua trajetória profissional?
Com toda certeza, o Marcos foi um divisor de águas na minha vida. Eu era um ator de teatro desconhecido do grande público e na estreia da série eu fiquei conhecido no Brasil inteiro. Eu comecei a traçar uma carreira na televisão e no cinema também, não só no teatro. Mudou a minha vida radicalmente e eu devo totalmente à minissérie ‘Anos Dourados’. Tenho uma gratidão enorme pelo Gilberto Braga e pelo Roberto Talma, que foram fundamentais nessa mudança da minha vida. - Uma geração terá a oportunidade de assistir à minissérie pela primeira vez agora com o Globoplay. Quais são os assuntos universais que a obra aborda e vai despertar o interesse do público?
‘Anos Dourados’ estreou em 1986 e fez um sucesso enorme na época. Foi uma história que pegou o público. Eu acho que, principalmente, pelo aspecto atemporal de uma história de amor. A história de amor do Marcos com a Lurdinha criou uma identificação enorme no público, havia o impedimento do namoro entre eles e isso causava uma torcida muito grande. É uma grande história mais ou menos inspirada em Romeu e Julieta. Eu acho muito bacana poder passar para as novas gerações. Eu já falei para o meu filho que vai estrear e quero mostrar para ele. Tenho certeza de que ele vai gostar muito, como todas as pessoas gostam. ‘Anos Dourados’ foi um trabalho muito feliz, com um texto maravilhoso, uma direção maravilhosa, atuações impecáveis. É uma história que tem tudo para atrair as novas gerações, espero que vocês gostem, divirtam-se.